Faleceu esta terça-feira dia 21 de outubro de 2025 Francisco Pinto Balsemão. Nascido a 1 de setembro de 1937 em Lisboa, tinha 88 anos. Teve um papel importante na advocacia, no jornalismo e também como dirigente político ativo, até se dedicar exclusivamente à vida empresarial, no setor da comunicação social.
Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde após o término da mesma, foi cumprir serviço militar. Após ter cumprido, tornou-se ajudante do coronel Kaúlza de Arriaga onde, em 1961, conseguiu assumir chefia da redação da revista Mais Alto, órgão de comunicação da Força Aérea Portuguesa. Em seguida, foi secretário da direção do Diário Popular, até 1963, passando a integrar o respetivo Conselho de Administração, até ter abandonado o cargo em 1971.
Afastado do Diário Popular, Francisco Pinto Balsemão criou o seu próprio projeto jornalístico, inspirado nos semanários que se publicavam noutros países da Europa, nascendo assim o semanário Expresso, chegado aos portugueses em 1973, jornal que, além de um papel importante na transição para a Democracia, tornar-se-ia num dos mais prestigiados títulos da imprensa portuguesa. Francisco Pinto Balsemão foi o seu primeiro diretor, até 1979, ano em que lhe sucedeu Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente da República, que era também jornalista e pequeno acionista do jornal.
Foi também fundador e presidente do Grupo Imprensa, presidente do Conselho de Administração da Sociedade Independente de Comunicação, e ainda fundador da SIC que foi a primeira estação de televisão privada em Portugal.
No ramo político, mais precisamente após as eleições legislativas portuguesas de 1969, nos últimos anos do Estado Novo, Balsemão foi deputado à Assembleia Nacional, representando a chamada “Ala Liberal”, que rompeu com um cojunto de regras de uma linha mais dura. Apesar disso, despediu-se do cargo em 1973. Após o 25 de Abril de 1974, precisamente ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, Balsemão foi um dos três membros fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), atualmente o PSD. De 1975 até 1976, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, e seu vice-presidente, e à Assembleia da República, em 1979, 1980 e 1985.
Com a vitória da Aliança Democrática nas legislativas de 1979, Balsemão entrou no governo, como Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro no VI Governo Constitucional, chefiado na altura por Francisco Sá Carneiro. Após a morte deste, em dezembro de 1980, no trágico Acidente de Camarate, Balsemão viria a ocupar o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional e do VIII Governo Constitucional, ainda com o apoio da AD, a famosa coligação entre o PSD, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico.
Entre outras funções públicas que desempenhou, destacam-se também as de presidente do Conselho Consultivo do Banco Privado Português e membro do Conselho Assessor Internacional do Banco Santander Totta.
Texto: João Bessa