Expresso Politico

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A política nacional esta semana ficou marcada por decisões diplomáticas de peso, anúncios de candidaturas presidenciais e confrontos entre Governo e oposição no plano interno.

O arranque oficial da campanha presidencial só ocorrerá em 2026, mas esta semana houve movimentações importantes em termos de candidaturas; André Ventura apresentou formalmente a sua candidatura, numa conferência de imprensa na sede do Chega em Lisboa. Apesar de inicialmente não desejar avançar, justificou a decisão com a necessidade de o partido ter “voz” nas Presidenciais, descrevendo-se como candidato “anti-sistema”; João Cotrim Figueiredo recebeu o apoio formal da Iniciativa Liberal. O debate sobre possíveis candidaturas continua, com especulações sobre outros nomes de partidos de esquerda e independentes que poderão avançar até janeiro de 2026.

Luís Montenegro assinalou os 100 dias de Governo, destacando medidas “essenciais para resolver problemas concretos das pessoas” e projetar o país “para décadas”. Pediu ainda responsabilidade à oposição, criticando “táticas estéreis” que geram ruído político.
O PS respondeu com críticas ao arranque do ano letivo, acusando o Governo de falhar metas no pré-escolar e em políticas sociais prioritárias.

O Governo anunciou medidas para disponibilizar 12 mil novas casas a curto prazo, em resposta à crise habitacional. Na defesa, garantiu que o empréstimo de seis mil milhões de euros será totalmente aplicado no reequipamento das Forças Armadas, assegurando o cumprimento da meta de 2% do PIB exigida pela NATO ainda em 2025.

Em Lisboa, o PS exigiu uma reunião extraordinária na Câmara Municipal para esclarecer falhas de informação sobre o acidente do Elevador da Glória, acusando a Carris e a autarquia de ocultarem incidentes anteriores. A questão da paridade voltou a ser debatida: diversas vozes apontam que nas autarquias a igualdade de género continua mais no discurso do que na prática, com persistente domínio masculino nas presidências locais.

O Governo anunciou que Portugal vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina no domingo, 21 de setembro de 2025. A decisão foi apresentada como um gesto de alinhamento internacional em prol da solução de dois Estados e antecede uma conferência da ONU.
As reações parlamentares foram diversas: o BE saudou o anúncio, mas pediu sanções a Israel; o PCP criticou a demora da decisão; e o Livre considerou o gesto uma “mensagem muito poderosa”.

Texto: Beatriz Peixoto