O ano era 2007. Lewis Hamilton, o primeiro piloto negro ingressava na Fórmula 1, estreando-se pela Mclaren como piloto da equipa para a temporada de 2007, onde correria ao lado do bicampeão dessa altura, Fernando Alonso.

Lewis é o primeiro e único piloto negro que já esteve neste desporto. Passou por muita coisa e teve o seu próprio percurso. Hoje, sente-se motivado e concentrado numa única coisa que é ganhar. Essa é a sua prioridade número 1.
Em 1993, iniciou o seu percurso no cartismo, aos oito anos de idade, e em 1998 Hamilton tornou-se um dos maiores nomes do kart europeu, assinando contrato com a Mclaren e também com a Mercedes, para ingressar no programa de formação das duas marcas.
Em 2001 entrou para os monopostos e em 2006 já somava cinco vitórias, sete segundos lugares e dois terceiros lugares, sagrando-se campeão após terminar no pódio na última corrida em Monza, frente a Piquet.
Em 2008, a Mclaren renovou o contrato com Hamilton, onde nesse mesmo ano o piloto afirmou que o seu sonho sempre foi pilotar uma Mclaren e que pretendia que toda a sua carreira fosse nessa equipa.
A Mercedes aparece na vida de Hamilton em 2013, quando este se estreia pela equipa no Grande Prémio da Austrália e onde permaneceu até 2024.
A última temporada de Hamilton na Mercedes estava a chegar e a 1 de fevereiro de 2024, a Mercedes anunciava que o piloto ia deixar a equipa.
O caminho era a Scuderia Ferrari. Em 2025, Hamilton assinou um contrato com a equipa italiana, válido até ao final da temporada de 2027.
Muito mais do que o que o mundo do desporto implica, Hamilton tem uma forte representação em todo o mundo e partilha posicionamentos e opiniões sobre questões sociais importantes. Destaque para o racismo e discriminação.
O que é facto é que Hamilton já enfrentou episódios de discriminação no passado, tanto em Itália, durante a sua carreira de Kart, como no seu país de origem, o Reino Unido. O receio do piloto de ser vítima de racismo em Itália, causou-lhe alguma preocupação antes de trocar a Mercedes pela Ferrari, no entanto, agora encara a mudança com confiança e já não teme por esse problema.

Hamilton está sozinho na Fórmula 1. Vítima de racismo ao longo da sua carreira, levou as questões raciais a um público, principalmente, branco de espectadores. Abordou temas como o assassinato de George Floyd e o “Black Lives Matter”, quando mais ninguém no desporto da Fórmula 1 ousou fazê-lo.
Ao mesmo tempo que lutava contra o preconceito, o piloto alcançou a liderança nas corridas, com sete títulos de campeão mundial. A realidade é que Hamilton destacou-se e dedicou a sua vida a um desporto e a um país que nem sempre o acolheu.
Hamilton entrou para a história como o mais novo campeão de todos os tempos, aos 23 anos e hoje é um dos maiores pilotos e um dos desportistas mais bem-sucedidos da história. O piloto da Fórmula 1 é a prova viva de que, por maior que seja o sucesso na carreira, o preconceito ainda restringe conquistas.
VOZ DE BANCADA
Texto : Daniela Sousa
Imagens: @ScuderiaFerrari