Lista de Luís Ramos venceu as eleições, Fernando Gonçalves elegeu 3, Isildo Paulo foi o funcionário escolhido

Lista de Luís Ramos venceu as eleições, Fernando Gonçalves elegeu 3, Isildo Paulo foi o funcionário escolhido

Aconteceu ontem a primeira fase de definição do novo Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com a eleição dos representantes dos estudantes, dos docentes e dos funcionários.

Depois de uma campanha longa e com um forte debate de ideias, ocorreram ontem as eleições para o Conselho Geral da UTAD. Este é o momento em que toda a comunidade académica é chamada às urnas para definir o futuro da instituição. Neste modelo indireto, são escolhidos representantes dos alunos, docentes e funcionários, que, por sua vez, escolhem mais sete membros externos para, juntos, formarem o Conselho Geral. Ainda assim, este formato é alvo de bastantes críticas, principalmente por parte de estudantes e funcionários, sendo que a maioria destes últimos não compreende o motivo de apenas terem um representante. Antero Gonçalves, funcionário do setor da alimentação, afirma ao O Torgador: “Um representante é curto, muito curto, tendo em conta o total de funcionários”.

Os estudantes, por sua vez, mostram, eleição após eleição, um enorme desinteresse em participar ativamente no funcionamento interno da UTAD. Alguns falam num modelo “complexo demais”, outros queixam-se da falta de divulgação. Mesmo com seis mesas de voto espalhadas pelos diferentes polos, enquanto professores e funcionários apenas têm uma, a taxa de abstenção entre os estudantes foi de 81%, números que preocupam os diversos setores.

De registar foi também a adesão em massa dos docentes e investigadores (94%). As opiniões que tentam explicar esse facto dividiram-se: muitos acharam a campanha tensa e de forte polarização, enquanto outros propagaram a ideia de que tudo não passou de um normal debate de propostas. Muitos docentes e investigadores consideraram este um dia decisivo pelo deterioração da imagem externa da UTAD com os escândalos dos últimos meses. A Provedora do Estudante, a professora Isilda Rodrigues, salientou a participação massiva dos seus pares e defendeu que o papel do provedor deve manter-se como está: “Considero que a Provedoria é um órgão independente e deve acautelar a isenção, e penso que uma das propostas, que queria que um provedor assumisse três funções, não é transparente”.

As urnas estiveram abertas das 10h00 às 17h00, sendo preciso esperar até por volta das 19h00 para que os primeiros resultados das eleições começassem a ser divulgados. Por volta dessa hora, a Lista A dos docentes e investigadores cantou vitória, pois foi a que elegeu mais mandatos (seis). O professor Luís Ramos, número um da lista, perfila-se como o protocandidato a Reitor, sendo que deverá renunciar ao cargo no Conselho Geral para concorrer ao cargo de Reitor. A Lista C elegeu cinco conselheiros, enquanto a Lista B elegeu dois.

Os funcionários não docentes e não investigadores optaram pela Lista A, de Isildo Paulo. Já os estudantes deram a vitória à Lista B, de Fernando Gonçalves, que elegeu três estudantes. A Lista A elegeu o cabeça-de-lista Ari Carvalho. No final, o vencedor da noite na classe dos estudantes afirmou, em exclusivo ao O Torgador: “Foi uma boa vitória, gostávamos de ter elegido os quatro, mas não foi possível. Agora vamos eleger os cooptados e escolher o presidente; a partir daí, temos muitas medidas para pôr em prática, desde logo reforçar a presença dos estudantes no Conselho Geral e diminuir os mandatos dos Conselhos Pedagógicos”.

Questionado sobre a conjuntura atual e o nome de Luís Ramos como possível Reitor, Fernando mostrou-se cauteloso e não revelou quem irá apoiar. Já Ari Carvalho mostrou-se resignado com os resultados, afirmando que estavam dentro do esperado, exceto no caso dos professores, onde a Lista C não saiu vencedora. Além disso, declarou ainda: “Olho para este mandato com compromisso, sem conflito de interesses e com a missão de representar todos os estudantes… O nome de Luís Ramos? É algo a considerar”.

A conjuntura atual apresenta alguns desafios. A Lista A dos docentes tem como protocandidato Luís Ramos, enquanto a Lista C apoia João Barroso. A Lista B manteve-se neutra nesta fase, mas poderá ser decisiva na eleição do Reitor, tal como os conselheiros estudantes e o representante dos funcionários, sem esquecer o papel dos sete membros cooptados externos.

Tiago Santos

Imagem: UTAD