Amália Rodrigues morreu na manhã de 6 de outubro de 1999.
Nasceu a 1 de julho de 1920 na rua Martim Vaz, no bairro da Pena, em Lisboa, mas apenas foi registada no dia 23 do mesmo mês. Os pais de Amália, Albertino de Jesus Rodrigues, um sapateiro e músico de Castelo Branco e Lucinda da Piedade Rebordão, uma caseira do Fundão, mudam-se para Lisboa antes do nascimento da filha, à procura de melhores condições de vida, mas rapidamente voltam para a Beira Interior, onde a jovem passa grande parte da infância. Regressa a Lisboa com 14 anos para ajudar a mãe em casa e para trabalhar como bordadeira. É por essa altura que começa a vender fruta em feiras, onde se destaca pelo seu timbre diferenciado.
Começa oficialmente a sua carreira de fadista em 1939, onde atuou na casa de fados O Retiro da Severa e um ano mais tarde, em 1940, estreava-se no teatro de revista na peça Ora Vai Tu. Lança o seu primeiro single, As Penas, em 1945, seguido de muitos outros temas editados nesse mesmo ano, entre os quais está Ai Mouraria, um dos mais conhecidos da sua carreira. Após várias atuações em solo nacional e internacional, estreia-se no cinema em 1947 no filme Capas Negras.
Foram vários os poetas da época que escreveram letras para as suas músicas, como Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, Ary dos Santos ou David Mourão Ferreira, mas também utilizou poemas clássicos da literatura portuguesa, entre os quais estão poemas de Luís de Camões e Bocage.
Amália atuou um pouco por tudo o mundo, passando por Brasil, Espanha, França, Estados Unidos, Japão, Itália, Reino Unido e também na União Soviética, em maio de 1969, em plena Primeira Marcelista, apresentando-se nos melhores teatros das cidades por onde cantava.
Faleceu a 6 de outubro de 1999, aos 79 anos, pouco tempo depois de regressar a Lisboa depois de uma estadia na sua casa de férias na costa alenteja. Foi decretado luto nacional de 3 dias e milhares de pessoas despediram-se de Amália no seu último adeus.
Em 2009 é criada a banda tributo Amália Hoje por Nuno Gonçalves, pianista dos The Gift, que junta Sónia Tavares, vocalista e colega de Nuno nos The Gift, Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell e Paulo Prata. Juntos lançaram um álbum com temas de Amália num estilo pop, muito semelhante ao som dos próprios The Gift. Apesar das críticas menos boas da imprensa, o álbum foi um sucesso, tendo sido o mais vendido em Portugal do ano de 2009. A 6 de outubro desse ano, no dia do décimo aniversário da morte de Amália, o grupo apresentou-se ao vivo no Coliseu de Lisboa, num concerto gravado e lançado mais tarde num álbum.
Ao longo da sua carreira gravou mais de 470 canções, compiladas em mais de 150 discos, entre EPs, LPs, e 78 RPM. Na sua voz ficaram eternizadas músicas como Foi Deus, Uma Casa Portuguesa, Coimbra, Havemos De Ir A Viana, Cheira a Lisboa, É Ou Não É ou Gaivota.