Foi hoje, a 15 de março, que o quinto álbum de estúdio de Capitão Fausto, “Subida Infinita”, viu a luz do dia. Esta é talvez a obra mais eclética e diversificada da sua discografia até à data.
Há muito aguardado, este longa duração é também o último trabalho da banda de Lisboa a contar com a colaboração do teclista Francisco Ferreira, cuja saída da banda foi anunciada em vésperas do lançamento do single “Nunca Nada Muda”, em dezembro do ano passado. Com a saída de “Ferrari”, assim conhecido, este disco fica marcado pela primeira alteração na formação do grupo desde a sua fundação em 2009.
Ao contrário da sonoridade mais homogénea presente em cada um dos álbuns anteriores, em “Subida Infinita” encontramos composições que tanto nos embalam na voz e nos acordes de piano de Tomás Wallenstein e nos ambientes sonoros dos teclados de Francisco Ferreira, como nos convidam a dançar guiados pelas consistentes linhas de baixo de Domingos Coimbra, com a pujante bateria de Salvador Seabra e até a abanar a cabeça ao som da guitarra distorcida de Manuel Palha.
O álbum abre com esperança e alguma autorreflexão com “Muitas Mais Virão” e “Andar à Solta”, seguindo-se para a orelhuda e dançante “Na Na Nada”, acalmando os ânimos com “Nunca Nada Muda”, um claro desabafo sobre o bloqueio criativo. As faixas seguintes apanham balanço com a transição orquestrada de “Fantasia” para o mesmo registo em “Nada de Mal”. O álbum continua com a malha “Há Sempre um Fardo” e com o tesouro de “Cantiga Infinita”, que conta com a participação de Tim Bernardes, que já é uma frequente, e bem sucedida colaboração com a banda.
Os cinco despedem-se com uma bonita e sentida homenagem a Francisco Ferreira com “Nuvem Negra” e é com a orquestração instrumental, que dá nome ao álbum, que chegam ao fim da subida. Com este exercício com pouco mais de meia hora, preparamo-nos para voltar ao início e embarcar mais uma vez nesta escuta.
Dia 15 de março ficará para sempre marcado na cronologia de “Capitão Fausto”. Celebra-se hoje o quinto aniversário do disco “A Invenção do Dia Claro”, no dia de lançamento do quinto álbum – o último com cinco elementos.
Em “Subida Infinita”, Capitão Fausto entregam-nos uma resiliente ode à amizade e à perseverança, e prometem-nos que ainda muitas mais virão. A banda anda à solta a apresentar o álbum por todo o país e irá passar dia 6 de abril pelo Teatro de Vila Real.
Eduardo Cunha
Imagem: Capitão Fausto