No primeiro dia dos debates políticos para as eleições legislativas de 10 de março, entre os maiores partidos parlamentares, ocorreu o frente à frente entre André Ventura, presidente do Chega, e Inês Sousa Real, porta-voz do PAN na RTP3. Esta não foi a primeira vez que se encontraram em televisão, em 2020 já o tinham feito.
O debate marcado por acusações de ambas as partes, tinha como principal objetivo discutir o programa de propostas de cada partido. No entanto, esse não foi o foco do mesmo. Mediado por João Adelino Faria, jornalista e pivô da RTP, a discussão contou com os seguintes temas, lançados pelo jornalista: Eleições nos Açores; Eleições na Madeira; Habitação para os jovens; Protestos e Manifestações das Forças de Segurança Pública; Impostos na Banca e nas petrolíferas.
Os temas provocaram a discórdia entre os dois cabeças de lista. André Ventura afirmou que o partido de direita tem “tido responsabilidade” quer na região, quer a nível nacional, com o intuito de dar um “governo às pessoas para 4 anos” e não provocarem “eleições de 6 em 6 meses”. Enquanto que Inês Sousa Real comenta que o “PAN, com uma deputada apenas na Assembleia da República, foi o partido que mais iniciativas fez aprovar, ao contrário, do partido de André Ventura, que com 12 deputados aprovou zero medidas”.
O Presidente do Chega acusou ainda o PAN de trair a direita, no entanto a deputada da Assembleia retorquiu disparando que “não houve nenhuma traição”, mas que “houve efetivamente uma responsabilidade” visto que não apoiam “partidos que querem a todo o custo pôr em causa os direitos sociais”.
No fim do debate, após 30 minutos de discussão política, a porta-voz do PAN apela para que a população tenha “consciência” da “falácia da narrativa de André Ventura e dos seus deputados”. No que lhe concerne André Ventura comenta que “o PAN tem sido um dos principais responsáveis pela sustentabilidade do Partido Socialista” no governo.
Filipe Luís, comentador da RTP, confessa que a posição de André Ventura remetesse ao “ataque”, porém “passou mais mensagens” aos eleitores relativamente ao seu plano de propostas, remetendo diretamente a dois dos problemas atuais “o gasóleo e os agricultores”. Por sua vez, David Pontes, também comentador da emissora, completa afirmando que a deputada foi “preparada para tentar salientar aquilo que lhe interessava salientar na diferença que ela tenta mostrar que é: ela é uma deputada sozinha” e desta medida conseguiu aprovar uma série de propostas.
Texto: Catarina Faria
Imagem: DR
