Das telecomunicações aos produtos alimentares, espera-se para 2024 um aumento significativo nas despesas das famílias portuguesas, com as diversas medidas já aprovada pelas empresas e pelo governo.
Telecomunicações:
Na área das telecomunicações os aumentos começam já em janeiro, com as principais operadoras: MEO, NOS e Vodafone a anunciarem um amento médio de 4,6% nos tarifários, devido à inflação. Este aumento prevê a sua aplicação a partir de fevereiro, depois de em novembro as operadoras terem aumentado os seus serviços em 7,8%, apesar da ANACOM ter pedido diversas vezes por uma regulação e ponderação no aumento das faturas, as operadoras ignoraram os pedidos da entidade reguladora e vão mesmo aumentar os preços já no início do próximo ano.
Gás e eletricidade:
O gás não deve sofrer grandes alterações de preço no ano que vem e pode mesmo manter o seu preço praticamente estável ao longo do ano. Já a eletricidade, no mercado regulado deverá sofrer um aumento de 3,6% a partir de janeiro o que no final do ano os consumidores que optaram por este tipo de mercado ou por faturações no mercado livre equiparadas deveram sofrer com um aumento de 2,9% na fatura anual de eletricidade.
Para além disso o governo anunciou que o desconto da fatura social vai manter-se ao longo do próximo ano, valor fixado nos 33,8%.
No mercado livre, operadoras como a EDP, anunciou recentemente que vai reduzir o componente na fatura relativo à eletricidade consumida, e ainda devem reduzir 15% na parcela denominada de ‘Energia e Estrutura Comercial’”, informou a empresa.
A partir de maio de 2024 as empresas com mais de 200 mil clientes deverão fornecer tarifários dinâmicos para consumidores com contadores inteligentes, o que fará os preços variar de hora a hora. As empresas, atualmente, nestas condições são, por exemplo, a EDP, Endesa e Iberdrola.
Os contadores inteligentes pretendem ajudar a diminuir as estimativas, e devem chegar cada vez a mais consumidores, que no próximo ano podem cessar unilateralmente os contratos de energia mediante o pagamento de uma indemnização.
Produtos Alimentares:
No geral todos os alimentos devem subir para além dos 6% provenientes do final da medida “IVA 0”, apenas o leite deverá ver o seu preço estabilizado, mas ainda assim acrescido da taxa de IVA reduzida. O pão vai voltar a ficar mais caro, os produtores justificam o novo aumento, com as despesas de produção que são cada vez mais elevadas.
O azeite que subiu cerca de 70% este ano, vai ficar ainda mais caro no próximo ano, os aumentos deste ano são justificados com a seca e a quebra da produção em países mediterrâneos grandes produtores de azeite, já para 2024 a previsão é difícil de se fazer e pouco exata, mas o azeite deve ficar mesmo mais caro no neste ano.
Já das frutas e legumes passando pela carne e ovos, as notícias não são as mais animadoras, porque a previsão para este ano é que os produtos alimentares básicos continuem a ver o seu preço aumentar, com alguns produtos a aumentarem praticamente 50% face ao ano passado, é exemplo a laranja e a couve e cebola que devem aumentar o preço em 25%.
O café, produto bastante apreciado pelos portugueses, deve ver o seu preço manter-se, mas apenas por agora, uma vez que ao longo do ano as previsões é que possa vir a aumentar, mas sem qualquer certeza já definida.
Já as bebidas alcoólicas e os refrigerantes vão voltar a subir de preço como já era previsto, ambos os produtos devem ver o seu imposto aumentar cerca de 10% em comparação a 2023.
Novas serão as medidas sobre os sacos leves de plástico, ao comprar fruta e legumes os portugueses devem mesmo começar a levar sacos de casa, uma vês que cada saco deve passar a custar 4 cêntimos. Nova também é a medida sobre as embalagens de alumínio que neste ano vão passar a pagar uma taxa de 30 cêntimos, a taxa entrou em vigor em julho de 2022, mas o começo da sua execução foi estendido até 2024 devido às dificuldades do setor, a medida entrou já em vigor dia 1 de janeiro.
Depois do cenário não muito animador para os bolsos dos portugueses, a palavra do próximo ano deverá ser mesmo “poupar” e conter despesas, já que o aumento dos custos da família vai mesmo aumentar.
Texto: Miguel Almeida
Imagem: DR