No concelho de Abrantes, fica a conhecida “Oliveira do Mouchão” classificada em 2015 pela UTAD, com a “jovial” idade de 3.500 anos. Esta árvore, anterior ao tempo de Jesus Cristo, é contemporânea dos primeiros povos que habitaram a Península em tempo anterior à Nação, como por exemplo os Fenícios, Cartagineses e os povos celtas. Sobreviveu, viva e intacta, às invasões dos povos bárbaros vindos do Norte da Europa. A classificação desta e de outas oliveiras de grande longevidade insere-se num método científico criado por um grupo de investigadores da UTAD, liderado por José Luís Louzada, em parceria com o Grupo “Oliveiras Milenares”, o que permitiu a datação de dezenas de oliveiras, tanto em Portugal, como em outros países.
José Luís Louzada disse o seguinte: “Em teoria, as oliveiras podem viver uma eternidade, ultrapassando a idade de inúmeras gerações que passem pelo mesmo território. Não é em vão que, em muitos territórios nacionais, quem é o dono das terras não é o dono das oliveiras. Estas estão doadas desde há séculos, a instituições que garantem a longevidade do seu uso, como sejam algumas irmandades religiosas ou as próprias Santas Casas da Misericódia. E o azeite produzido é, muitas vezes, para sustento das igrejas e capelas ou para alumiar as lamparinas”.
Esta Oliveira poderá representar Portugal e ser a Árvore Europeia do Ano 2022.
Hélder Fernandes
Imagem: UTAD