O filme “Fátima”, do diretor Marco Pontecorvo, chegou agora aos cinemas de Portugal trazendo um novo olhar sobre as aparições da Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos.
Um bom esforço seria uma boa maneira de descrever este filme, o assunto é interessante e a execução não é terrível, mas o produto final é simplesmente “bom o suficiente”, nunca excedendo as expetativas. A estória das aparições tem bastante potencial e o filme faz coisas interessante como mostrar um pouco do que era o clima social e político da época em Portugal. O clima de guerra e reforma política são uma adição interessante ao filme e funcionam bem como um tema de fundo, mas nunca chegam a ser abordadas de forma interessante ou relevante.
Por vezes, o filme parece nem saber como abordar a sua narrativa, por exemplo, de vez em quando, a narrativa salta anos no futuro para seguir uma entrevista de Lúcia já idosa num convento. Estes excertos sobre a entrevista poderiam ser completamente cortados do filme, pois não fariam absolutamente diferença nenhuma, dado que não adicionam nada de relevante ao enredo, estando lá apenas para fazer tempo.
É difícil caracterizar este filme pois não sei o que dizer, que criticar em específico… Para mim, “Fátima” foi apenas uma projeção de imagens e mais nada. Nunca me senti aborrecido ao ponto de sair, ou emocionado ao ponto de querer ver mais.
As únicas pessoas a quem recomendo este filme são religiosos devotos, catequistas que queiram mostrar um filme e velhinhas do lar que não querem ver os filmes violentos da TVI.
Em conclusão, “Fátima” é uma desilusão, um bom esforço que não foi bom o suficiente, mas, apesar de ser tão banal e até aborrecido, é bom ver Portugal no grande ecrã. E mesmo não sendo um filme de enorme sucesso, ainda é digno de visualizar caro as aparições de Fátima lhe despertem alguma curiosidade.
Rui Pinto