Desde a passada quinta-feira, dia 14 de junho, que não se ouve falar noutra coisa. Nos quatro cantos do mundo não se vê ninguém que demonstre total indiferença a este grande evento desportivo, pois mesmo os que não são grandes adeptos desta modalidade acabam por vibrar de igual forma por a sua nação estar a ser representada mundialmente.
Ficando tudo e todos contagiados com este incrível ambiente que o Mundial provoca, por todas as cidades se veem grandes plasmas para a transmissão dos jogos em grande escala, em cada esquina vemos pessoas vestidas a rigor para apoiar o seu país, em cada café vemos o convívio entre pessoas de diferentes nacionalidades e o amor de cada cidadão a ver 11 dos seus 23 jogadores a dar tudo em campo pela sua pátria. É toda uma mística impossível de descrever.
Em Vila Real, terra transmontana, o panorama não é diferente. Com o início do festival da região, Rock Nordeste, a calhar mesmo no dia da estreia da equipa portuguesa na competição (15 de agosto), frente a uma seleção que inicia este desafio como uma das favoritas à conquista do troféu (Espanha), promoveu-se a transmissão da partida em grande plano no recinto para assim dar o grande pontapé de saída para o início quer do festival quer da competição mundial. Unindo o amor à música e ao futebol, esta iniciativa acabou por surtir os efeitos desejados permitindo a criação de um ambiente indiscritível em pleno parque Corgo. Uma enchente de festivaleiros, vindos de vários pontos do país, assistiram assim à partida que acabou com um emocionante empate a três bolas. Este momento foi, sem margem para dúvidas, digno de uma verdadeira “final”.
Para além deste formato, um pouco por toda a cidade, os cafés e esplanadas encheram durante os 90 minutos em que Portugal iniciava a sua caminhada neste Mundial de 2018, na Rússia. Pelas ruas desta cidade académica vêem-se as bandeiras portuguesas afixadas em janelas, varandas, carros…
É aqui que percebemos o impacto que este evento provoca em toda a cidade transmontana, à semelhança de todo o país. Tudo e todos rompem com a sua rotina para assim não perder uma partida, vestem a camisola das quinas guardada há bastante tempo na gaveta e envergam o símbolo da nação portuguesa com orgulho ao peito. No meio disto tudo promove-se o convívio, a partilha, o amor, a união. Uma envolvência a que ninguém consegue ficar indiferente.
Depois deste grande jogo inicial de Portugal na competição, desejamos que o caminho percorrido pelo grupo de Fernando Santos seja semelhante ao do último Europeu, em que conseguimos, com a nossa ambição e humildade, trazer o troféu para terreno lusitano.
Acabo com uma frase de apoio à nossa seleção para os grandes desafios que irá encontrar durante o torneio, proferida por Guilherme Cabral: “Se do outro lado tiveres 11 canhões apontados a ti, lembra-te que tens muitos mais de 11 milhões a marchar contigo”.
Eduarda Fernandes