O diretor-geral da Veterinária, Fernando Bernardo, referiu, num debate promovido pelo PAN, que existe a possibilidade de a lei proibitória do abate de animais ser adiada. A ideia é permitir que os centros de recolha de animais que ainda não têm condições para aplicar a medida façam as obras necessárias.
De acordo com o jornal Público, 31 concelhos do continente possuem canis. Segundo os números avançados pelo PAN (Pessoas–Animais–Natureza), concluídos a partir de um inquérito nacional, 23% dos municípios ainda matam cães e gatos saudáveis. Só no ano de 2017, 12 mil cães e gatos foram abatidos nos canis municipais.
Marisa Quaresmas Reis, provedora dos animais de Lisboa, censurou a “inércia” das autarquias nesta temática e a “negligência” do governo, que só em abril decidiu avançar com um programa de incentivos de um milhão de euros para as obras nos canis. Este valor seria inferior ao inicialmente destinado pela tutela, que ascendia aos dois milhões de euros.
O governo, em abril, aprovou um financiamento de 500 mil euros para uma campanha de esterilização de animais errantes, meio de controlo de população que o governo quer privilegiar. Conforme a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), em 2017 os canis municipais receberam 40.674 animais, um aumento de 42% em relação a 2016, ano em que houve 28.555 entradas contabilizadas.
Susana Faria
Fotografia: Canil Madjrof