Rita Ferro Rodrigues: “Acho que é importante agarrarem as oportunidades, perceberem com o que é que se identificam, e para isso têm que experimentar.”
As Jornadas de Ciências da Comunicação têm sido evento constante na Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro. Este ano não foi exceção e a VI edição contou com um leque de profissionais das mais diversas áreas.
A Aula Magna da UTAD foi o local escolhido para, nos dias 3, 4 e 5 de abril, áreas como o jornalismo, entretenimento, publicidade, marketing, cinema, fotografia, entre outras, serem o tema de conversa entre estudantes e “quem faz do tempo, dinheiro”.
Rita Ferro Rodrigues foi uma das caras que marcou presença nestas IV Jornadas e “O Torgador” esteve à conversa com a jornalista e apresentadora.
O Torgador (OT): A componente pedagógica e teórica revela-se, muitas vezes, insuficiente e precária no que respeita à formação, nomeadamente na área das ciências da comunicação, onde o contacto direto com a experiência de profissionais é essencial. Considera este tipo de iniciativas uma mais valia para o futuro destes estudantes?
Rita Ferro Rodrigues (RFR): Acho fundamental, aliás, acho tão importante como a componente técnica, pedagógica e curricular. Acho que este tipo de experiências do mundo real em que vocês podem confrontar-se e projetar um bocadinho vosso futuro, aprender também algumas coisas, perceber os erros de percurso de outras pessoas e trocar experiências acho que é super importante. Quem me dera a mim… eu não tive muita sorte de assistir a estas coisas quando era mais nova e, portanto, acho que é um privilégio.
OT: Aos 16 anos apresentou o seu primeiro programa. Acredita que estas oportunidades definem, de algum modo, aquilo que é hoje enquanto comunicadora, e acredita que, além do que nos é imposto pelo curso em si, devemos agarrar todas as oportunidades com que nos deparamos?
RFR: Boa pergunta. Acho que é importante agarrarem as oportunidades, perceberem com o que é que se identificam, e para isso têm que experimentar, mas não ficar em coisas que não gostam ou cujos valores não vos dizem absolutamente nada. Agora, nunca deixar o curso. Não façam aquilo que eu fiz que foi: comecei a trabalhar e deixei de estudar, porque achei que já não precisava de estudar e foi um erro. Acabar o curso e se conseguirem conciliar as duas coisas, perfeito.
OT: No seu Facebook escreveu “Estou feliz, com tempo para finalmente me dedicar a projetos com os quais sonhava há muito tempo, projetos bonitos e que nos vão manter em proximidade e contacto”, contacto esse que, além de ter dado nome a um programa que apresentou, é talvez uma das principais chaves desta área.
RFR: Por acaso é muito engraçado, nem me tinha apercebido que tinha posto a palavra “contacto” (risos). Acho fundamental. Eu tenho sempre muitos veículos de comunicar com as pessoas. A televisão é só mais um! Claro que a televisão é uma coisa tão impactante que as pessoas pensam: “Ai… quando eu saio da televisão, o que é que vai acontecer agora?”, mas é muito bom sair, é muito bom fazer intervalos nas coisas e procurar outros caminhos, isso é importantíssimo, até para depois podermos fazer também televisão melhor.
OT: Quanto aos projetos que afirma sonhar há muito tempo, pode revelar-nos alguma coisa do que possa vir daqui para a frente, uma vez que o alegado contrato com a RTP já foi desmentido?
RFR: (Risos) Vêm entrevistas… e vêm textos… muita escrita, muita escrita! E só te posso dizer isto por agora, e já te estou a dizer mais do que queria porque não posso mesmo… porque são coisas que ainda estou a preparar, mas que passam por aquilo que eu mais gosto de fazer que é entrevistar pessoas e escrever textos.
Hugo Garrido